O promotor de justiça do município de
Bayeux, Marinho Mendes, disparou uma metralhadora giratória de críticas a
diversos segmentos da sociedade paraibana. Ele abordou temas como
pedofilia, uso de motocicletas do tipo “cinquentinha” e sobrou até mesmo
para os 12 deputados federais eleitos pela Paraíba, os quais ele
comparou ao palhaço Tiririca, reconduzido à Câmara Federal pelo estado
de São Paulo.
“É culpa do povo a escolha de maus
administradores, de maus representantes. Um amigo meu estava falando mal
de Tiririca, dizendo que era mau deputado, que ele é uma vergonha! E eu
falei pra ele: Você acha que Tiririca é mau deputado? É melhor deputado
do que os 12 da Paraíba. Imagine os da Paraíba!”, comparou.
Tiririca havia afirmado que não
disputaria a reeleição, mas foi convencido pelo seu partido, que
vislumbrava a possibilidade de a expressiva votação dele conduzir outros
parlamentares pelas regras da eleição proporcional. Atribui-se a
maioria de seus votos a protestos dos eleitores contra os parlamentares
corruptos.
Marinho Mendes também abordou um tema
polêmico: pedofilia. Ele comentou um episódio envolvendo um religioso
que teria abusado de crianças e adolescentes, e fugido para evitar
responder criminalmente pela prática. Para o promotor, a Igreja também
tem que ser responsabilizada pela má conduta dos seus representantes, e
uma multa à instituição seria uma forma razoável de cobrar essa
co-participação.
“Nós estamos com a ação pronta, mas
queremos falar mais depois de protocolar, que é uma ação de indenização
por dano moral coletivo. Estamos cobrando R$ 140 milhões da Igreja
Católica. R$ 10 milhões por cada jovem abusado”, propôs.
Outro tema abordado pelo promotor foi o
uso das “cinquentinhas”, como são chamadas as motocicletas de 50
cilindradas, que circulam pelas cidades sem emplacamento e sem
obrigatoriedade de uso de itens de segurança, como capacete. ”Tem muitos
pais de família que usam essas cinquentinhas pra trabalhar, mas a
maioria dos que eu vejo em cima são pessoas sem nenhuma
responsabilidade”, disse.
Ele acredita que muitos destes veículos
servem ao tráfico de drogas e a crimes correlacionados. “A polícia e a
sociedade estão perdendo a parada para esse pessoal. Tem que ser
moralizado. Em Bayeux eu faço a minha parte. Já tomamos mais de 100
cinquentinhas. A justiça vai entrar em recesso dia 20, mas antes disso
tem duas operações para a gente arrecadar 100 cinquentinhas”, adiantou.
Segundo ele, é preciso acontecer a
regulamentação exigindo que essas motocicletas sejam emplacadas no
Detran e cadastradas. “Essas motos estão servindo pra traficar e pra
bagunçar no trânsito. E um homem de bem que for discutir com eles, está
sujeito a morrer. Porque muitos pertencem a facções criminosas e fazem
questão de se exibir como pessoas cometedoras de ato infracional, e a
maioria, menor. E menor não pode conduzir veículo automotor de qualquer
natureza. Teve motor, não pode conduzir, então por que a polícia não
arrecada?”, questionou.
RafaelSan.com
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