A segunda fase da vacinação contra o vírus do Papiloma Humano (HPV) para meninas de 9 a 11 anos acontece durante este mês nas escolas da rede estadual. Em março desse ano, 51.423 adolescentes dessa faixa etária receberam a primeira dose da vacina, o que representa 51,14% da meta, que era imunizar 80% de 100.548 adolescentes. O índice estadual, embora baixo, está acima do nacional, que é 50,11%.
De acordo com a coordenadora Estadual de Imunização, Isiane Queiroga, o Ministério da Saúde indica que a vacina seja oferecida nas escolas, para assim alcançar a meta. "A primeira dose aplicada em março não foi realizada diretamente nas escolas. No ano passado, a ação no ambiente escolar possibilitou excelentes coberturas vacinais na primeira etapa. O Ministério da Saúde deixou aberto aos municípios que fizessem como eles achassem melhor, nas unidades de saúde ou nas escolas. É sabido que quando a vacinação é diretamente nas escolas, a gente alcança um número bem maior do público-alvo", disse. Ela lembrou que a vacina também pode ser encontrada normalmente em todas as unidades de saúde de referência no Estado.
Segundo a enfermeira do Núcleo de Imunização da Secretaria de Estado da Saúde, Márcia Mayara, muitas mães e adolescentes estavam receosas sobre a vacina contra o HPV, devido a supostas reações adversas em meninas do estado de São Paulo. O próprio Ministério da Saúde descartou a possibilidade de reações da vacina, e sim reação devido à ansiedade das meninas. "A vacina é completamente segura, e a segunda dose da vacina é fundamental para garantir a proteção da adolescente contra o HPV", explicou Márcia.
A enfermeira lembrou também que agora têm direito à vacina contra o HPV as mulheres de 14 a 26 anos que vivem com o vírus do HIV. "O Ministério da Saúde resolveu incluir no público-alvo da vacina mulheres soropositivas, na faixa etária entre 14 e 26 anos. É importante lembrar que não é campanha, e sim uma intensificação para a segunda dose da vacina", disse Márcia.
O objetivo da vacina contra o HPV no Brasil é evitar o câncer do colo do útero, reduzindo assim a incidência e a mortalidade pela enfermidade. A vacina é um excelente método de prevenção primária que proporciona uma maior proteção à infecção pelo HPV.
Vacina - É administrada por via intramuscular (injeção de apenas 0,5 ml em cada dose) e confere imunidade contra os tipos 6,11,16 e 18. Para receber a dose, a adolescente deve apresentar o cartão de vacinação com documento de identificação.
Cada uma deverá tomar três doses para completar a proteção, sendo a segunda seis meses depois e a terceira cinco anos após a primeira dose. A vacina HPV pode ser administrada simultaneamente com outras vacinas do Calendário Nacional de Vacinação do PNI, sem interferências na resposta de anticorpos a qualquer uma delas.
A vacina contra o HPV apresenta eficácia de 98,8% contra o câncer de colo de útero, porém não substitui a realização do exame preventivo, o Papanicolau, nem o uso de preservativos.
HPV - É um vírus transmitido pelo contato direto com a pele ou mucosas infectadas por meio da relação sexual. Também pode ser transmitido de mãe para filho no parto. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os vírus 16 e 18 estão presentes em 70% dos casos de câncer de colo de útero. Aproximadamente 0,5% das mulheres contaminadas pelo vírus desenvolvem o tumor. Se houver tratamento adequado, é possível prevenir a doença em 100% dos casos.
Click PB
Nenhum comentário:
Postar um comentário