O altíssimo custo da energia elétrica acumulou aumento de
60,42% nos últimos 12 meses, segundo dados de março do Índice Nacional
de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), o qual vem causando forte impacto nas contas das
prefeituras municipais de todo país.
Na Paraíba, isso poderá ser um fator determinante para a criação de
uma companhia fornecedora de energia para os municípios, podendo ser
formado grande consórcio público, composto de 223 cidades, objetivando a
administração, aquisição e manutenção dos serviços de energia elétrica.
Segundo o presidente da União Brasileira de Municípios (Ubam),
Leonardo Santana, o impacto desse aumento nas finanças das prefeituras é
um “verdadeiro absurdo”, tendo em vista que a inflação oficial, medida
pelo IPCA, ficou em 8,13%, tornando o aumento mais de oito vezes o índice inflacionário.
Leonardo defendeu a destituição dos dirigentes da Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel), cuja escolha é meramente
político-partidária, que ao invés de regular o mercado do serviço, tem
mais que beneficiado as distribuidoras, considerando os volumosos lucros
registrados pela Energisa na Paraíba, que em apenas um ano recebeu de
volta mais do que pagou pela compra da antiga Saelpa. A qual, segundo
ele, foi vendida a preço de banana, como numa feira livre.
Ele destacou que a Energisa já recebeu, só das prefeituras municipais, entre 2010 e 2014, uma descomedida soma de R$ 359 milhões, tomando por base as informações do Sistema Sagres, do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba.
“Só nos últimos três anos, o lucro da Energisa na Paraíba, foi
de 1,07 bilhões de reais, algo que deixa estarrecido o paraibano que é
obrigado a viver privações, em detrimento de uma descomunal concentração
de renda nas mãos de tão poucos”.
A Ubam já solicitou aos prefeitos, através de Circular, o envio de projeto de lei para as câmaras, oficializando
a municipalização dos serviços de administração, aquisição,
distribuição e manutenção da energia, o que garantirá aos municípios
usarem toda estrutura hoje administrada pela Energisa, que não poderá
retirar um só poste das cidades, porquanto já são de domínio público dos
municípios.
Será realizada uma audiência pública na Assembléia Legislativa, com
os presidentes das câmaras municipais e todos os prefeitos, com o
objetivo de debater assunto. Na Audiência participarão representantes de
empresas geradoras de energia limpa e renovável. A proposta da Ubam
visa também aparelhar os municípios de geradores de energia limpa, tanto
eólica quanto solar, como também originada das usinas de aproveitamento
do lixo e dos resíduos sólidos.
Fonte :Ascom/Ubam
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