O Plenário da Câmara dos Deputados retirou as empresas públicas,
sociedades de economia e suas subsidiárias da proposta que amplia a
terceirização para todas as áreas da empresa (PL 4330/04). O projeto
valerá apenas para a iniciativa privada.
Assim, no caso das empresas públicas e sociedades de economia
mista, como Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Petrobras, valerá
o concurso público para as carreiras de atividade-fim e fica autorizada
a terceirização para serviços especializados e atividades de segurança,
limpeza e manutenção. Esse é o entendimento atual da Justiça do
Trabalho.
A retirada das empresas públicas e sociedades de economia foi
aprovada por 360 votos a 47, a pedido do PSDB, mas com apoio da base
governista. O deputado Domingos Sávio (PSDB-MG) explicou que o partido
apresentou o destaque para manter o concurso público como principal
forma de ingresso na carreira das empresas públicas e sociedades de
economia mista, sem permitir a terceirização de todas as áreas dessas
empresas. "Temos de manter o concurso para as carreiras, para não dar
espaço para apadrinhamento", disse.
A exclusão das empresas públicas foi apoiada pelo relator da
proposta, deputado Arthur Oliveira Maia (SD-BA). Ele explicou que a
inclusão foi um pedido do governo, não dele. "Se o PT, que tem mais
compromisso com o governo, encaminha contra a medida, mudo de posição",
disse.
Adiamento
Um acordo entre líderes partidários adiou para quarta-feira (15), às 14 horas, a votação de grande parte dos destaques apresentados ao projeto. A proposta teve o texto-base aprovado na semana passada, mas, como os destaques só foram divulgados no começo da tarde desta terça, os líderes pediram o adiamento para reunir as bancadas e analisar os pontos a serem discutidos.
Um acordo entre líderes partidários adiou para quarta-feira (15), às 14 horas, a votação de grande parte dos destaques apresentados ao projeto. A proposta teve o texto-base aprovado na semana passada, mas, como os destaques só foram divulgados no começo da tarde desta terça, os líderes pediram o adiamento para reunir as bancadas e analisar os pontos a serem discutidos.
"Como queremos terminar a votação do projeto e não atropelarmos a
votação, vou acatar a sugestão e adiar para amanhã”, disse o presidente
da Câmara, Eduardo Cunha.
A proposta recebeu 27 destaques e 6 emendas aglutinativas, que unem outros destaques em um só texto.
Tipo de atividade
As maiores polêmicas ficaram para esta quarta-feira. Entre elas está o destaque do PT que pretende proibir a terceirização em todas as áreas da empresa, principal mudança feita pelo projeto.
As maiores polêmicas ficaram para esta quarta-feira. Entre elas está o destaque do PT que pretende proibir a terceirização em todas as áreas da empresa, principal mudança feita pelo projeto.
Hoje, uma súmula do Tribunal Superior do Trabalho (TST) limita as
terceirizações a atividades-meio, como segurança, vigilância e serviços
especializados. A emenda coloca na lei o entendimento da Justiça do
Trabalho.
O líder do PT, deputado Sibá Machado (AC), disse que vê com muita
preocupação a liberação das terceirizações para qualquer área da
empresa. “O empregado de um banco não pode ser colocado em risco de ser
demitido amanhã para ser contratado por uma empresa terceirizada”,
disse.
Para o líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), este é o
cerne do projeto. O deputado disse ser contra o dispositivo, mas
reconheceu que esta não é a posição de toda a base governista. “A base
tem posições diferentes, a minha opinião é apenas de se limitar a
terceirização a atividades-meio”, disse.
O líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), defendeu a ampliação
do alcance da terceirização. Retirar este ponto, segundo ele, seria
“ferir de morte” a proposta.
O relator do projeto, Arthur Oliveira Maia, também defende a
terceirização em todas as áreas. “O entendimento do Supremo Tribunal
Federal já declarado é de que esta distinção entre atividade-meio e
atividade-fim feita pela Justiça do Trabalho é uma intromissão indevida
na livre iniciativa e, para mim, esta é a interpretação jurídica mais
correta”, argumentou.
Responsabilidade
Outro ponto controverso, já discutido pelos líderes nesta terça-feira, trata da responsabilidade das empresas no recolhimento de tributos e direitos trabalhistas devidos aos trabalhadores. Hoje, a responsabilidade é subsidiária, ou seja, o empregado só pode acionar a empresa que contrata a mão de obra depois de processar a terceirizada.
Outro ponto controverso, já discutido pelos líderes nesta terça-feira, trata da responsabilidade das empresas no recolhimento de tributos e direitos trabalhistas devidos aos trabalhadores. Hoje, a responsabilidade é subsidiária, ou seja, o empregado só pode acionar a empresa que contrata a mão de obra depois de processar a terceirizada.
Pelo projeto, a responsabilidade será subsidiária se a empresa
contratada fiscalizar o recolhimento de tributos pela terceirizada. Caso
contrário, poderá ser acionado antes da terceirizada (responsabilidade
solidária).
Há destaque para que a responsabilidade seja solidária em todos os
casos. Os líderes do PCdoB, deputada Jandira Feghali (RJ); e do PR,
deputado Maurício Quintella Lessa (AL), já declararam voto favorável ao
destaque. “Somos a favor da responsabilidade solidária porque não
podemos deixar o trabalhador com o risco de não ter seus direitos
trabalhistas pagos”, disse Quintella Lessa.
Acordo
Arthur Oliveira Maia disse que aceitou mudar alguns pontos do seu relatório depois de reunião com o governo na manhã desta terça-feira. O relator vai apoiar uma emenda que aceita algumas reivindicações do Executivo: impedir que cooperativas e entidades sem fins lucrativos terceirizem mão de obra; obrigar o recolhimento de alguns tributos pela empresa contratante; e alterar a regra sobre uso de créditos tributários.
Arthur Oliveira Maia disse que aceitou mudar alguns pontos do seu relatório depois de reunião com o governo na manhã desta terça-feira. O relator vai apoiar uma emenda que aceita algumas reivindicações do Executivo: impedir que cooperativas e entidades sem fins lucrativos terceirizem mão de obra; obrigar o recolhimento de alguns tributos pela empresa contratante; e alterar a regra sobre uso de créditos tributários.
Não houve acordo sobre o pagamento de contribuição previdenciária,
segundo Maia. O governo pretendia incluir todas as empresas na regra de
contribuição sobre o faturamento, mas as discussões não avançaram.
Câmara Federal
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