O Ministério da Educação (MEC) informou que o piso salarial do
magistério terá aumento de 13,01%. Com o reajuste, o salário inicial
passará para R$ 1.917,78 a partir deste mês. O cálculo está previsto na
Lei do Piso (Lei 11.738/2008), que vincula o aumento ao percentual de
crescimento do valor anual mínimo por aluno, referente aos anos iniciais
do ensino fundamental urbano.
O
novo montante é relativo ao salário inicial dos professores de escola
pública, com formação de nível médio e jornada de trabalho de 40 horas
semanais.
Segundo o MEC, nos últimos dias, o ministro da
Educação, Cid Gomes, reuniu-se com representantes do Conselho Nacional
de Secretários de Educação (Consed), da União Nacional dos Dirigentes
Municipais de Educação (Undime) e da Confederação Nacional dos
Trabalhadores em Educação (CNTE).
De acordo com a lei, a
correção do piso reflete a variação ocorrida no valor anual mínimo por
aluno, definido nacionalmente pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento
da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação
(Fundeb).
O piso salarial subiu de R$ 950, em 2009, para R$ 1.024,67, em 2010, e R$ 1.187,14, em 2011, conforme números incluídos no site
do MEC. Em 2012, o valor vigente era R$ 1.451. Em 2013, o piso passou
para R$ 1.567 e em 2014 foi reajustado para R$ 1.697. O maior reajuste
foi registrado em 2012, com 22,22%.
Para Roberto Leão,
presidente da CNTE, o reajuste cumpre a lei, embora ainda não seja o
"que consideramos melhor para os trabalhadores". Segundo ele, a Lei do
Piso é "importantíssima para o cumprimento do PNE [Plano Nacional de
Educação]". Uma das metas previstas no plano estabelece prazo de seis
anos para equiparação do salário dos professores ao dos demais
profissionais com escolaridade equivalente. Conforme Leão, o rendimento
médio dos docentes representa aproximadamente 60% dos salários médios
dos demais profissionais.
Para a Confederação Nacional de
Municípios (CNM), o aumento, que tem sido praticado acima da inflação,
representará custo maior com a folha e menos investimentos em reformas e
infraestrutura das escolas, além de outros itens fundamentais à
qualidade do ensino.
"Com certeza, teremos municípios e estados
com dificuldade", disse Cleuza Repulho, presidenta da União Nacional dos
Dirigentes Municipais de Educação (Undime). "Precisaremos da
regulmentação dos royalties do petróleo e do PNE em
funcionamento para garantir novos recusos. A arrecadação dos estados e
municípios foi menor que a esperada", acrescentou.
Segundo
Cleuza, a entidade voltará a se reunir com o ministro até o fim do mês
para cobrar maior participação da União nos gastos dos entes federativos
com educação. Também pedirá a retomada do grupo de trabalho para
revisão do reajuste do piso.
A proposta da entidade é que o
reajuste leve em consideração a variação do Fundeb e o Índice Nacional
de Preços ao Consumidor (INPC), estabelecendo novos salários
intermediários às duas variações. "Entendemos que não é o que o
professor precisa ganhar, mas agora não tem como ser um valor superior à
inflação", concluiu Cleuza.
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